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Estudantes integraram homenagem a Elifas Andreato e Audálio Dantas, em comemoração ao Dia do Jornalismo
No último dia 21/6, a Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) comemorou o Dia do Jornalismo e o Dia da Liberdade de Imprensa. Além de Elifas Andreato e Audálio Dantas, o encontro homenageou também Wladimir Herzog, Dom Philips, Bruno Pereira, Julian Assange e o Consórcio dos Veículos de Imprensa, os dois últimos agraciados com o Troféu Audálio Dantas. Clique aqui para assistir ao evento na íntegra.
O evento teve público presencial e atraiu estudantes e professores de diversas faculdades de Jornalismo, além de familiares e amigos dos homenageados. Os representantes dos C.A.s Benevides Paixão (PUC-SP), Wladimir Herzog (Cásper Líbero) e Lupe Cotrim (ECA/USP) integraram a mesa e falaram ao público presente.
Os discursos abordaram assuntos de interesse da classe como, por exemplo, os constantes ataques cometidos pelo atual governo federal a jornalistas e veículos de imprensa. Segundo o relatório Violência contra jornalistas e liberdade de imprensa no Brasil, da Associação Nacional dos Jornalistas, no ano de 2021 houve cerca de 430 episódios de violência contra profissionais de imprensa no país, um recorde na série histórica iniciada no ano de 1990.
O documento classificou o presidente Jair Bolsonaro (PL) como o principal agressor de jornalistas e veículos de comunicação – o mandatário foi, segundo o relatório, responsável 147 casos, sendo 129 de descredibilização da imprensa e 18 ataques verbais contra profissionais.
Os estudantes Camilo Mota, presidente do C.A. Benevides Paixão (PUC-SP) e Caio de Melo do CA Wladimir Herzog (Cásper Líbero) destacaram a importância do evento e da representação dos homenageados.
“Um dos centros acadêmicos aqui representado leva o nome de Wladimir Herzog, jornalista que foi assassinado pelo estado Brasileiro, durante a ditadura militar. Vinte e sete anos depois, pela omissão e conivência do governo federal, com a barbárie e tantos outros crimes ambientais que destroem a Amazônia, morrem Dom (Philip’s) e Bruno (Pereira). Não são os primeiros e, provavelmente, não serão os últimos, posto que ambientalistas e jornalistas exercem profissões consideradas perigosas em nosso país”, afirmou Camilo Mota.
“Não adianta clamar pelas asas da liberdade, sem olhar a quem todos os dias trabalha dentro e fora das instituições para cortar essas asas. No passado choraram Marias e Clarices, hoje choram Alesandras e Beatrizes. Até quando a lágrima será regra em nossa profissão? Seguindo a referência da canção, lembramos de Elifas Andretato, pois o show de todo jornalista e de todo artista tem que continuar”, disse Caio Melo.
Ao J.PUC, o presidente do C.A. Benevides Paixão falou sobre a importância da participação da entidade na solenidade da CMSP. “Nossa presença no evento mostra o quanto os estudantes de Jornalismo da PUC-SP estão engajados nos debates e nas lutas que representam o presente e o futuro, não só da profissão, mas da própria democracia. Nesse contexto de ataques e fragilização das instituições, nossa Universidade se fez presente através dos estudantes que foram ouvidos pelo público”, ressaltou Camilo.
Sobre a experiência vivida pelos estudantes, afirmou: “temos buscado muito estar em contato com as entidades profissionais que atuam na área do jornalismo, é fundamental para nossa formação manter esse diálogo. Neste caso, além das entidades, pudemos estar em contato com outros estudantes e profissionais consagrados do jornalismo. Ter experiências além do campus universitário faz parte da formação profissional e traz conhecimento sobre possibilidades, atribuições e deveres da profissão. Foi uma honra para todos nós participar deste evento”, concluiu Camilo Mota.