Pesquisadora integrará Programa Embaixadores de Saúde Planetária 2025

Tina Fonseca é doutoranda do Pós em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (TIDD)

por Thaís Polato | 18/03/2025

A Rede Saúde Planetária Brasil, em parceria com o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), anunciou os selecionados para o Programa Embaixadores de Saúde Planetária 2025, do Grupo Saúde Planetária Brasil, IEA-USP.

Entre os escolhidos, está a jornalista, pesquisadora e doutoranda no TIDD, Tina Fonseca, que passa a integrar a rede de mobilização acadêmica e social voltada à promoção de soluções sustentáveis, inclusivas e inovadoras para os desafios ambientais e climáticos contemporâneos.

Na sua 5ª edição, o programa tem como propósito principal formar lideranças acadêmicas comprometidas com a Saúde Planetária, mobilizando estudantes e pesquisadores para ampliar o debate e a implementação de ações que conectem ciência, sustentabilidade e inovação social. Os membros nomeados terão o papel de articular redes multidisciplinares, fomentar discussões e desenvolver projetos locais que possam ser replicados em outras regiões e contextos.

 

O que significa ser um Membro do Programa Embaixadores de Saúde Planetária 2025, do Grupo Saúde Planetária Brasil, IEA-USP?

O Programa se alinha ao conceito de Saúde Planetária, reconhecido pelo The Lancet e promovido pelo Planetary Health Alliance (PHA), que propõe uma visão integrada entre saúde humana, sistemas naturais e impactos antrópicos. Os membros atuam como multiplicadores desse conceito em diferentes campos do conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento de pesquisas e ações voltadas à regeneração ambiental, à resiliência climática e à transição para modelos de vida mais equilibrados e sustentáveis.

A nomeação para o programa não é apenas um reconhecimento, mas um chamado à ação: os selecionados devem propor e executar iniciativas concretas que promovam a interdisciplinaridade e a transformação social, conectando saberes acadêmicos com práticas e tecnologias voltadas à preservação da vida no planeta.

 

Por que no IEA-USP e qual o papel das instituições?

O Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA-USP) desempenha um papel fundamental na produção e disseminação de conhecimento inovador e interinstitucional, sendo um polo de articulação acadêmica para temas estratégicos, como as mudanças climáticas, a justiça ambiental e a inovação para cidades sustentáveis. Em parceria com a Rede Saúde Planetária Brasil, o programa de Embaixadores busca consolidar um espaço de trocas, fortalecendo políticas de pesquisa e extensão universitária que impactem diretamente a sociedade.

A PUC-SP, por meio do Pós em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (TIDD), se torna uma peça-chave nessa estrutura, trazendo para o programa uma abordagem voltada às Tecnologias da Inteligência e sua aplicação na saúde planetária. Essa intersecção entre ciências da computação, comunicação digital e inovação socioambiental permite ampliar as possibilidades de atuação dos embaixadores e gerar propostas concretas para cidades inteligentes e sustentáveis.

 

O que motivou a nomeação da pesquisadora do TIDD?

Com uma trajetória interdisciplinar consolidada entre tecnologia, comunicação e inclusão, Tina Fonseca se destacou no processo de seleção pela proposta de integração entre Tecnologias da Inteligência e Permacultura, com o objetivo de fomentar soluções baseadas na natureza para o planejamento de cidades inteligentes, resilientes e inclusivas.

Sua atuação é guiada pelo entendimento de que a inteligência artificial, a automação, a realidade virtual e as novas tecnologias emergentes precisam ser alinhadas às soluções ecológicas já existentes, sem deixar de lado a acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência. Essa visão está refletida no seu projeto apresentado ao programa, que propõe:

♦ A criação do Núcleo Multidisciplinar de Saúde Planetária (NMSP) no Campus Consolação da PUC-SP, como um espaço de inovação e colaboração entre tecnologias para soluções sustentáveis.

♦ Um convite aberto à comunidade de permacultura para levar ao nosso Lab de Smart Cities contribuições que possam ser incorporadas como soluções inovadoras para desafios urbanos e climáticos.

♦ Adoção de Soluções Baseadas na Natureza (SBN) em conjunto com tecnologias emergentes para mitigação de impactos ambientais e adaptação das cidades aos desafios climáticos.

"A cada verão, populações inteiras continuam sendo afetadas pelos mesmos problemas. Enquanto as 'cidades do futuro' ainda não saíram do papel, permacultores já desenvolvem soluções de baixo custo e alta eficiência para lidar com as adversidades climáticas. Por isso, meu objetivo junto à Rede da Saúde Planetária Brasil (o maior em número de atuantes no mundo) é aproximar nossa Tecnologia da Informação, da  informação da Tecnologia Social que representa a Cultura da Permanência e promover um intercâmbio de conhecimento que gere impacto real”, afirma a pesquisadora.

 

Por que a escolha pelo GT Ciência Cidadã?

Como parte de sua atuação no programa, Tina Fonseca optou por desenvolver suas iniciativas dentro das diretrizes do GT Ciência Cidadã, um grupo de trabalho voltado à produção de conhecimento colaborativo, acessível e inclusivo.

Essa escolha reflete seu compromisso com a democratização da informação científica, garantindo que as soluções propostas sejam comunicadas de forma acessível, clara e inclusiva para todos os públicos, especialmente para pessoas com necessidades visuais, verbais, auditivas, cognitivas especiais e de mobilidade.

"A acessibilidade e a inclusão não podem ser um complemento, mas sim um eixo central de qualquer projeto voltado à Saúde Planetária. Afinal, o impacto ambiental afeta de maneira desigual diferentes grupos da população, e garantir acesso ao conhecimento e à tomada de decisão é um passo fundamental para mitigar essas desigualdades", destaca Tina Fonseca.

Como desdobramento de sua atuação no programa, ela planeja realizar eventos híbridos, abertos ao público, para debater soluções inclusivas e promover o intercâmbio entre diferentes áreas do conhecimento.

 

Próximos passos e impacto esperado

Ao longo do Programa, a pesquisadora do TIDD desenvolverá uma série de ações voltadas à criação de um ecossistema de inovação multidisciplinar, que conecte tecnologias emergentes e saberes ancestrais para a regeneração urbana e ambiental.

Entre os principais objetivos estão:

♦ Implementar o Núcleo Multidisciplinar de Saúde Planetária na PUC-SP, promovendo eventos, pesquisas e colaborações interinstitucionais.

♦ Trazer o conhecimento da permacultura para o Lab de Smart Cities, criando soluções baseadas na natureza para desafios urbanos.

♦ Fomentar políticas públicas baseadas em inclusão, sustentabilidade e acessibilidade (o “S” de ESG).

♦ Produzir conteúdo e relatórios acessíveis que possam ser utilizados por gestores públicos, acadêmicos e comunidades.

"A nomeação como Membro do Programa Embaixadores de Saúde Planetária 2025, do Grupo Saúde Planetária Brasil, IEA-USP tem um prazo formal até novembro deste ano, mas o compromisso com a saúde do planeta e com a inclusão é um trabalho contínuo. Cada projeto que nasce desse esforço tem o potencial de transformar nossa relação com o meio ambiente e com as pessoas ao nosso redor", conclui a pesquisadora.

As ações serão divulgadas ao longo do ano em seus próprios canais de comunicação e em um quadro no TIDD Cast - que será comandado em dupla com Caren Sapienza.


Crédito da foto: Evandro Maia

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