Botox falso é analisado por docente do curso de Medicina da PUC-SP

por Redação | 14/08/2025

Com a popularização do uso do Botox em procedimentos estéticos, a comercialização de versões falsificadas da substância tornou-se uma ameaça crescente. Em 15 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a apreensão de um lote falsificado da toxina botulínica tipo A da marca Dysport.

A medida, publicada no site da agência por meio do portal Gov.br, refere-se exclusivamente ao lote W13035, identificado como falso e não fabricado pela empresa detentora do registro do produto no Brasil, a Beaufour Ipsen Farmacêutica Ltda.

Segundo Cassiano Tamura, docente e coordenador da disciplina de Dermatologia da Faculdade de Medicina da PUC-SP, é fundamental que as pessoas interessadas em procedimentos estéticos não apenas avaliem a competência do profissional, mas também verifiquem a procedência dos produtos utilizados.

“A falsificação de medicamentos é um crime grave contra a saúde pública. Por isso, é essencial denunciar imediatamente aos órgãos de vigilância sanitária locais e às autoridades policiais qualquer suspeita de irregularidade”, reforça.

Os riscos associados à aplicação de toxinas botulínicas falsificadas podem ser severos. Produtos não esterilizados ou contaminados oferecem risco de infecções graves. Segundo o professor, algumas falsificações podem conter substâncias mal formuladas ou de origem desconhecida, capazes de provocar reações adversas e até causar danos neurológicos irreversíveis. “Nesses casos, a falta de eficácia acaba sendo o menor dos problemas”, alerta Tamura.

Como se proteger

Para evitar riscos, a Anvisa orienta que consumidores e profissionais de saúde:

► verifiquem sempre se o lote, validade e número de registro do produto conferem com as informações disponíveis no site da Agência;

► desconfiem de preços muito abaixo do mercado, que podem indicar falsificação;

► solicitem a nota fiscal do procedimento ou do produto, pois isso garante rastreabilidade;

► confirmem se o profissional e o estabelecimento são devidamente registrados nos órgãos de classe e de vigilância sanitária.

Denúncias podem ser feitas pelos canais oficiais da Anvisa (por meio do formulário de denúncia no site ou pelo telefone 0800 642 9782) e também junto às secretarias estaduais e municipais de saúde.

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